Livro trata do conhecimento pedagógico, dos processos ensino-aprendizagem a partir do conhecimento que temos da natureza em geral e dos humanos em particular, sem subentender uma dicotomia entre eles, mas, pelo contrário, parte de uma compreensão de totalidade.
Veja, a seguir, uma entrevista com o autor acerca da obra.
Quem é Ireno Antônio Berticelli? (formação, atuação profissional)
Nasci em Aratiba (RS), sou professor de Filosofia da Educação na Universidade Comunitária Regional de Chapecó (Unochapecó). Lecionei Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP), e Pedagogia na Universidade de Passo Fundo (UPF). Cursei o Mestrado em Educação: Ensino Superior, na Universidade Regional de Blumenau (FURB) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Publiquei “A origem normativa da prática educacional na linguagem” (UNIJUÍ, 2000) e uma série de artigos voltados para a filosofia da educação em revistas como Educação & Realidade (UFRGS); Cadernos de Educação (UFPel), entre outras. Atuei por dez anos (1977-1987) na educação de Rondônia.
De onde surgiu o tema do livro?
O tema do livro surgiu de uma preocupação que se foi construindo em mim, desde 1994, de tentar construir uma episteme da educação que deixasse inteiramente de lado quaisquer princípios filosóficos metafísico-transcendentais, para o fazer com o recurso de paradigmas emergentes das ciências ditas “duras”, como a Física, a Química, a Biologia e, nesse contexto, de modo especial a Termodinâmica (especialmente sua segunda lei). E isto se tornou possível ao travar uma série de discussões e reflexões junto com o Prof. Celson Pereira, doutor em Física (realizou o doutorado na França). Ele tinha interesses educacionais e era físico e professor. Eu tinha interesses científicos no campo da Física e sou educador. Foi através dos diálogos com o Dr. Celson Pereira que fui tomando conhecimento de conceitos da teoria de auto-organização, da complexidade, order from noise (ordem a partir do ruído), caos etc. Tive, então, a intuição de que ninguém se dera conta de que seria produtivo buscar entender os processos educativo-pedagógicos a partir de tais conceitos das ciências ditas da natureza. Importantes foram também as discussões e leituras (que foram se multiplicando e diversificando, rapidamente) em neurociências. A condição primeira foi reconhecer que os seres humanos são parte da natureza e nada neles há de estranho a ela. Portanto, seria possível entender um grande processo educacional/pedagógico pelo qual toda a natureza passa, na convivência, desde as partículas subatômicas até os grandes aglomerados humanos, em que não se perde a visão também de cada indivíduo, através de sutis formas de linguagem que perpassam todo o universo, em constante transformação que entendi não ser nada mais que aprendizagem/ensino sob a inexorável pulsão da sobrevivência. Elaborei, então, rapidamente, um novo projeto para meu curso de mestrado, cujas disciplinas havia concluído fazia já um ano e comecei a colocar no papel a minha investigação. Depois de defendida a dissertação continuei retrabalhando minha pesquisa, agregando novos elementos. O resultado é este livro.
De que trata o livro?
O livro trata daquilo que convencionalmente se chama epistemologia da educação. Na verdade, se trata de uma nova episteme (entre tantas possíveis), com fundamento nas ciências ditas da natureza (fundamentos contingentes, portanto). É um livro de filosofia da educação, com foco centrado na questão epistêmica, em que a educação como processos múltiplos e complexos é pensada a partir da natureza de que tanto educandos quanto educadores são parte. Trata-se de um esforço para entendermos que, como todos os seres no universo, nós seres humanos também somos auto-organizacionais e que, portanto, o aprender depende do exercício da capacidade livre de se auto-organizar. A diferença fundamental que nos caracteriza é a complexidade de nosso cérebro, capaz de realizar (ou não) miríades de sinapses em número extremamente maior que qualquer outro ser dito vivo ou não. Mas, fundamentalmente, os processos de agregação de informações é o mesmo em todos os seres, vivos ou não. O mesmo se deve dizer da não agregação/aprendizagem. Com todos os seres do universo, somos seletivos, fazemos escolhas em contextos absolutamente complexos. Agimos ou deixamos de agir conforme as condições de organização interna do momento. O livro trata, pois, do conhecimento pedagógico, dos processos ensino-aprendizagem a partir do conhecimento que temos da natureza em geral e dos humanos em particular, sem subentender uma dicotomia entre eles, mas, pelo contrário, parte de uma compreensão de totalidade.
Para quem a obra se destina?
A obra se destina a todos os educadores, profissionais ou não, da educação formal ou informal. Destina-se a acadêmicas e acadêmicos da graduação, da pós-graduação lato sensu e da pós-graduação stricto sensu. Todos os interessados em educação em geral e em epistemologia da educação em particular podem ler o livro com proveito.
Que convite o livro faz ao leitor?
O livro é um convite à reflexão de uma nova episteme (epistemologia – na acepção tradicional) em educação. É um convite à descoberta de que os educandos e educandas, como seres auto-organizacionais e absolutamente complexos/complexas que são, aprendem sempre num ambiente em que intervem um quase infinito número de variáveis resultantes da complexidade do mundo de que são partes integrantes. É um convite a entender a aprendizagem de forma ecossistêmica, ou seja, no contexto de todo o sistema que se constitui o universo. Tudo está conectado a tudo, e a liberdade é característica de toda natureza, humana ou não. É, pois, um convite a entrar num mundo cheio de surpresas inimagináveis quando se trata de entender os processos pedagógico-educacionais em que nada é capaz de aprisionar o conhecimento, em que ninguém é tão forte que o possa impingir sem que o outro lado, o educando/a educanda, não interaja auto-organizativamente. A partir da leitura deste livro, ninguém mais poderá se sentir muito cômodo imaginando que ainda se possa falar em “fundamentos da educação” como tradicional e correntemente se tem afirmado. O livro é um convite a perceber que apenas fundamentos contingentes subsistem, nas atuais condições da filosofia. Nos mostra, contudo, a leitura do livro, que são fundamentos muito mais interessantes porque se encontram difusos em todo o universo, o que nos dá um sentido de pertencimento ao imenso, onde todos moramos e onde aprendemos e ensinamos sob os mesmos princípios (fundamentos) contingentes.
Veja, a seguir, uma entrevista com o autor acerca da obra.
Quem é Ireno Antônio Berticelli? (formação, atuação profissional)
Nasci em Aratiba (RS), sou professor de Filosofia da Educação na Universidade Comunitária Regional de Chapecó (Unochapecó). Lecionei Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP), e Pedagogia na Universidade de Passo Fundo (UPF). Cursei o Mestrado em Educação: Ensino Superior, na Universidade Regional de Blumenau (FURB) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Publiquei “A origem normativa da prática educacional na linguagem” (UNIJUÍ, 2000) e uma série de artigos voltados para a filosofia da educação em revistas como Educação & Realidade (UFRGS); Cadernos de Educação (UFPel), entre outras. Atuei por dez anos (1977-1987) na educação de Rondônia.
De onde surgiu o tema do livro?
O tema do livro surgiu de uma preocupação que se foi construindo em mim, desde 1994, de tentar construir uma episteme da educação que deixasse inteiramente de lado quaisquer princípios filosóficos metafísico-transcendentais, para o fazer com o recurso de paradigmas emergentes das ciências ditas “duras”, como a Física, a Química, a Biologia e, nesse contexto, de modo especial a Termodinâmica (especialmente sua segunda lei). E isto se tornou possível ao travar uma série de discussões e reflexões junto com o Prof. Celson Pereira, doutor em Física (realizou o doutorado na França). Ele tinha interesses educacionais e era físico e professor. Eu tinha interesses científicos no campo da Física e sou educador. Foi através dos diálogos com o Dr. Celson Pereira que fui tomando conhecimento de conceitos da teoria de auto-organização, da complexidade, order from noise (ordem a partir do ruído), caos etc. Tive, então, a intuição de que ninguém se dera conta de que seria produtivo buscar entender os processos educativo-pedagógicos a partir de tais conceitos das ciências ditas da natureza. Importantes foram também as discussões e leituras (que foram se multiplicando e diversificando, rapidamente) em neurociências. A condição primeira foi reconhecer que os seres humanos são parte da natureza e nada neles há de estranho a ela. Portanto, seria possível entender um grande processo educacional/pedagógico pelo qual toda a natureza passa, na convivência, desde as partículas subatômicas até os grandes aglomerados humanos, em que não se perde a visão também de cada indivíduo, através de sutis formas de linguagem que perpassam todo o universo, em constante transformação que entendi não ser nada mais que aprendizagem/ensino sob a inexorável pulsão da sobrevivência. Elaborei, então, rapidamente, um novo projeto para meu curso de mestrado, cujas disciplinas havia concluído fazia já um ano e comecei a colocar no papel a minha investigação. Depois de defendida a dissertação continuei retrabalhando minha pesquisa, agregando novos elementos. O resultado é este livro.
De que trata o livro?
O livro trata daquilo que convencionalmente se chama epistemologia da educação. Na verdade, se trata de uma nova episteme (entre tantas possíveis), com fundamento nas ciências ditas da natureza (fundamentos contingentes, portanto). É um livro de filosofia da educação, com foco centrado na questão epistêmica, em que a educação como processos múltiplos e complexos é pensada a partir da natureza de que tanto educandos quanto educadores são parte. Trata-se de um esforço para entendermos que, como todos os seres no universo, nós seres humanos também somos auto-organizacionais e que, portanto, o aprender depende do exercício da capacidade livre de se auto-organizar. A diferença fundamental que nos caracteriza é a complexidade de nosso cérebro, capaz de realizar (ou não) miríades de sinapses em número extremamente maior que qualquer outro ser dito vivo ou não. Mas, fundamentalmente, os processos de agregação de informações é o mesmo em todos os seres, vivos ou não. O mesmo se deve dizer da não agregação/aprendizagem. Com todos os seres do universo, somos seletivos, fazemos escolhas em contextos absolutamente complexos. Agimos ou deixamos de agir conforme as condições de organização interna do momento. O livro trata, pois, do conhecimento pedagógico, dos processos ensino-aprendizagem a partir do conhecimento que temos da natureza em geral e dos humanos em particular, sem subentender uma dicotomia entre eles, mas, pelo contrário, parte de uma compreensão de totalidade.
Para quem a obra se destina?
A obra se destina a todos os educadores, profissionais ou não, da educação formal ou informal. Destina-se a acadêmicas e acadêmicos da graduação, da pós-graduação lato sensu e da pós-graduação stricto sensu. Todos os interessados em educação em geral e em epistemologia da educação em particular podem ler o livro com proveito.
Que convite o livro faz ao leitor?
O livro é um convite à reflexão de uma nova episteme (epistemologia – na acepção tradicional) em educação. É um convite à descoberta de que os educandos e educandas, como seres auto-organizacionais e absolutamente complexos/complexas que são, aprendem sempre num ambiente em que intervem um quase infinito número de variáveis resultantes da complexidade do mundo de que são partes integrantes. É um convite a entender a aprendizagem de forma ecossistêmica, ou seja, no contexto de todo o sistema que se constitui o universo. Tudo está conectado a tudo, e a liberdade é característica de toda natureza, humana ou não. É, pois, um convite a entrar num mundo cheio de surpresas inimagináveis quando se trata de entender os processos pedagógico-educacionais em que nada é capaz de aprisionar o conhecimento, em que ninguém é tão forte que o possa impingir sem que o outro lado, o educando/a educanda, não interaja auto-organizativamente. A partir da leitura deste livro, ninguém mais poderá se sentir muito cômodo imaginando que ainda se possa falar em “fundamentos da educação” como tradicional e correntemente se tem afirmado. O livro é um convite a perceber que apenas fundamentos contingentes subsistem, nas atuais condições da filosofia. Nos mostra, contudo, a leitura do livro, que são fundamentos muito mais interessantes porque se encontram difusos em todo o universo, o que nos dá um sentido de pertencimento ao imenso, onde todos moramos e onde aprendemos e ensinamos sob os mesmos princípios (fundamentos) contingentes.