Obra foi dividida em duas partes distintas e complementares. A primeira delas trata de Conceitos de Planejamento Urbano, refletindo sobre as transferências deles entre os dois países referenciados. A segunda parte do livro apresenta a prática do Planejamento Urbano no Brasil atual. Veja, a seguir, uma entrevista com o organizador acerca da obra. De que trata o livro e para quem se destina? Este livro é o resultado do I Encontro Internacional de Planejamento Urbano Brasil-Europa, realizado em Florianópolis no final de 2006 e que tinha como proposta refletir sobre as possibilidades de diálogo entre a França e nosso país acerca da prática e da reflexão do planejamento urbano. Este evento marcou o início da cooperação entre o Instituto de Urbanismo de Grenoble e o Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSC. O que te motivou a escrever esta obra? A qualidade das intervenções que aconteceram no seminário. Alguns autores do livro foram convidados especificamente para o evento; outros responderam ao chamado de trabalhos. Quais foram os seus objetivos ao escrever esta obra? 1. Aumentar a possibilidade de difusão do conteúdo discutido no seminário; 2. Possibilitar a continuação da discussão da temática proposta; 3. Subsidiar atores de planejamento urbano em suas intervenções. Por que a escolha do tema? A prática e a reflexão do planejamento urbano no Brasil têm um histórico ligado tanto à importação de experiências do urbanismo na Europa quanto à formação de profissionais brasileiros naquele continente. A importação de conceitos europeus (por vezes de maneira acrítica) nas práticas brasileiras teve muitos resultados discutíveis; é aquilo que Ermínia Maricato chamou de Ideias fora do lugar; além disto, muitos espaços de nossas cidades não encontram respostas no pensamento urbanístico do velho continente; é o que a mesma autora chama de lugares fora das ideias. Desta forma, cabe o questionamento sobre a validade da continuação da importação desses conceitos num momento em que o planejamento urbano brasileiro mostra muita maturidade e encontra formas autênticas de intervenção em nossos espaços urbanos. No entanto, a Europa resolveu muitos problemas que o Brasil ainda se defronta e talvez não seja prudente romper com um diálogo que pode ser muito construtivo. Uma avaliação dos limites e possibilidades desse diálogo está no centro das preocupações dos livros. Qual a relevância do tema abordado no livro com os temas atuais? O Brasil acaba de fechar um ciclo em termos de planejamento urbano com a confecção dos planos diretores participativos exigidos pelo Estatuto da Cidade. Este ciclo, longe de ser comemorado, precisa ser avaliado. Neste sentido, o livro apresenta experiências brasileiras e avaliações importantes da temática. Toda obra acaba construindo um leitor. Durante a escrita dessa obra que leitor você teve em vista? Este livro se destina primeiramente aqueles que têm a cidade e seu planejamento como objeto de suas reflexões teóricas: professores, mestrandos e doutorados. Mas não se restringe a eles. Ele também está direcionado a todos os atores do planejamento urbano, principalmente brasileiros: técnicos de prefeituras e agências de urbanismo; políticos ligados no fazer a cidade; cidadãos engajados na construção de cidades mais justas acessíveis a todos. Qual a metodologia utilizada na elaboração da obra? O livro foi dividido em duas partes distintas e complementares. A primeira delas trata de Conceitos de Planejamento Urbano, refletindo sobre as transferências deles entre os dois países referenciados. Esta parte começa com a primeira tradução para o português de um texto do professor Yves Chalas do Instituto de Urbanismo de Grenoble que proferiu a palestra de abertura do Seminário e que trata de uma reflexão muito lúcida sobre a atual prática do planejamento urbano na Europa, especificamente na França. Dois textos importantes o seguem: “A Contribuição da cultura técnica do Planejamento Urbano no Brasil numa perspectiva comparada com a gênese da gestão urbana na Europa”, de Luiz de Pinedo Quinto jr e “O Plano de Alfred Agache para o Rio de Janeiro: Diálogos com a Escola Francesa de Urbanismo no final dos anos 1920” de Marisol Rodríguez Sosa e Roberto Segre. A segunda parte do livro apresenta a prática do Planejamento Urbano no Brasil atual, começando com um texto quase que introdutório ao tema de Arlete Moysés Robrigues, seguido de textos com temáticas específicas, como Políticas Municipais de Habitação, a questão do planejamento urbano com grandes eventos esportivos, a utilização de instrumentos do Estatuto da Cidade, a Participação Popular, o Empreendorismo Urbano etc. O que o tema/foco da obra traz de (conhecimento/novo) para o leitor? Uma crítica da atual prática do planejamento urbano na França e no Brasil, um olhar crítico sobre o processo de importação de conceitos externos à nossa realidade e o relato de experiências concretas de planejamento urbano no Brasil. |