O livro “Currículo e mídia educativa brasileira: poder, saber e subjetivação” tem como objetivo o estudo de diversos discursos sobre a educação escolar divulgados pela mídia educativa dos anos 1999 e 2000. Seu foco é centrado no estudo da discussão sobre a produção de práticas, sentidos e estratégias de governo, estudos sobre aquilo que é efetivamente enunciado por uma porção dos discursos da mídia educativa brasileira sobre a escola, o currículo e o professor, participando efetivamente da produção de sujeitos pedagógicos responsáveis e solidários e da constituição de subjetividade docentes esclarecidas, empreendedoras dóceis e amáveis. A autora Marlucy Alves Paraíso concebe o discurso como prática objetivadora e produtora, disposta por técnicas de poder, modos de saber e efeitos de verdade. Durante a leitura, as práticas são descritas e analisadas, avaliando as produções de mídias e as tecnologias de subjetivação utilizadas para mobilizar a população e produzir nos brasileiros a paixão, o sonho e a esperança de uma sociedade escolarizada e de um país plenamente desenvolvido. Os discursos investigados são significados como integrados a um conjunto de mecanismos de “governo” da conduta dos indivíduos na sociedade contemporânea. Eles são avaliados de como pensar e agir na educação, acionando técnicas que expandem a tecnologia de poder para regular o currículo escolar e governar os sujeitos pedagógicos e a população brasileira, tornando-os sujeitos de um determinado tipo. Os discursos citados são considerados como um “sistema de linguagem sobre a escola” (Popkewitz, 1994), que têm relação direta com o “mundo real da escola”, com aquilo que é considerado adequado para ser feito na educação. |