A questão da leitura atravessa toda a obra e, mais do que isso, cada capítulo deste livro propõe e debate um modo de ler a literatura e a cultura. Tratam-se de ensaios críticos sobre literatura e indústria cultural na América Latina, divididos em três partes: as multidões e a indústria cultural; territórios e migrantes; e à margem da modernidade, em que a autora também aborda a literatura de Jorge Luis Borges e Horacio Quiroga. Josefina Ludmer afirmou que pode ser reconhecida nesta antologia de ensaios de Graciela Montaldo, doutora em Letras pela Universidad de Buenos Aires, “uma das escrituras críticas do presente na América Latina”. A crítica da autora descarta “toda a estética e toda a fetichização da literatura; pensa em sua materialidade, nos suportes concretos do livro, na indústria literária e cultural, as editoras e as revistas. Também descarta binarismos e oposições como vanguardismo e literatura social. É, ao mesmo tempo, erudita, informativa e leve”. O desejo da autora é sair do confinamento nacional ou literário e sair, ainda, do confinamento no cânone: são lidos textos clássicos como “Fecundo”, “La cautiva" ou os de Rubén Darío, e até mesmo os de Enrique Gómez Carrillo e Jules Supervielle. |